Uma história de luta e superação!

Essa história começou no dia 28 de dezembro de 1974, o dia que nasci, pois é, nada nunca foi fácil, por causa de algumas complicações no parto, eu passei da hora de nascer e o médico acabou tendo que optar por um parto a fórceps, acho que a partir daí eu já estava entendendo que no final tudo ficaria bem, mas o processo!!!...rsrsrs, e assim foi a vida, cheia de complicações, com desafios cada vez mais difíceis, mas eu fui aprendendo a superar um a um, entre tantos, os problemas de relacionamento principalmente com minha família foram sem dúvida os mais difíceis, não vou falar detalhes pois não quero expor ninguém com essa história, mas o que posso dizer é que eu cresci sozinho entre 3 irmãs, pai e mãe. Não conseguia sentir valores como humildade, caridade, compreensão, diálogo, em fim, acabei percebendo que estava me tornando uma pessoa arrogante, autoritária e egoísta, e claro comecei a sofrer as consequencias de tudo isso, solidão total! fui crescendo e percebendo que teria mais um grande e grave problema para enfrentar, a obesidade, ela avisa, manda sinais, mas nós geralmente ignoramos, nós ou até mesmo nossos pais erram diante dos sinais da obesidade, e as consequências são drásticas, nessa fase da vida, com 12 anos, os problemas com a saúde pode nem ser muitos evidentes, pois o estrago da obesidade as vezes é lento e só vamos perceber na fase adulta, mas o estrago emocional, esse começa cedo, rejeição, bullying, e diversas limitações, dificuldade na prática de esportes e até em simples brincadeiras, que aliás nos faz acreditar na nossa própria incapacidade!, mas ainda não tinha chegado o pior momento, pois com todos os problemas ainda não me sentia tão preterido por causa do meu corpo, apenas conhecia algumas limitações e me aborrecia com certas "brincadeiras" de algumas pessoas, mas quando chegou a adolescência, e meu corpo foi se tornando cada vez mais importante, o problema também foi ficando maior, porque a partir desse momento não se tratava apenas da rejeição dos outros, eu comecei a lidar tmabém com minha própria rejeição, e pra quem já se sentia sozinho, eu estava perdendo até e mim mesmo, mas com todos os outros problemas, eu já não me sentia forte o suficiente para superar esse, talvez o mais difícil de todos, não conseguia me concentrar nele, não me sentia preparado pra ele, então fui percebendo a obesidade se tornar minha companheira, e não mais minha adversária, entrei na zona do comodismo, e dai pra frente o peso passou a não ser mais um problema pra mim, pelo menos eu acreditava que não. Já na fase adulta pesando em torno de 120 kg eu continuava sem preceber o quanto a obesidade estava me massacrando, os danos emocionais viriam se pronunciar um pouco mais tarde, e os físicos também, casei, e a zona de comodismo se instalou completamente, pois se a gente não se gosta, acaba por colocar no outro a responsabilidade do nosso amor próprio, mas se é próprio..., bem deixa pra lá, rsrsr, e aí passa a acreditar que se tem alguém que gosta da gente, isso já é mais que suficiente, que perigo!, quanta responsabilidade para o outro, e assim criamos um mundo de sonho onde tudo está "perfeito", e o peso vai aumentando, a gente nem percebe porque as roupas cotumas se desgastar no exato momento em que precisamos comprar outras, só que maiores, e assim vamos aos poucos no sentido do limite do corpo e da mente, esse limite pode ser diferente para cada um de nós, mas o fato é que ele chega para todos nós, o meu chegou quanto estava com 160 kg, eu não queria admitir, mas não houve jeito, problemas com a pressão arterial, colesterol, articulação, coluna, apneia do sono e por fim a depressão, me levaram ao chão, ao fundo do poço, passei a fazer visitas constantes ao setor de emergência dos hospitais. Em 2010 eu cheguei no meu momento mais difícil, picos de depressão, pensamentos suicidas e perda total do gosto pela vida, pelo trabalho, pelas pessoas, por tudo em fim, nesse momento senti algo novo, inédito pra mim, um grande apoio, um enorme amor da minha família, mãe , pai e irmãos, minha esposa estava desesperada, não conseguia lidar com o problema e acabou não suportando o fardo, vale esclarecer que a mesma sofria do mesmo problema, obesidade, problemas de relacionamento inclusive com a família e ja iniciava uma processo de depressão, com todos esses problemas, seria praticamente impossível evitar o stress e a falta de condição de lidar com o meu problema, mas ela suportou muito, muito mesmo, até que aceitando a sua sugestão fui ao psiquiatra e iniciei o tratamento, percebi alguma melhora, voltei a me interessar pelo trabalho, mas ainda sofria com as alterações de humor e os picos de tristeza, sem contar o preconceito das pessoas, até de alguns "amigos", mas estava firme na luta mais uma vez, contra a depressão, ainda não tinha associado a obesidade ao problema, mas meu pai parecia perceber que a obesidade merecia a mesma atenção e passou a me dizer que eu precisava perder peso, e ele insistia no discurso, aquilo as vezes até me incomodava, mas ficava martelando em minha cabeça, até que um dia o pai de um grande amigo, um chinês, me disse, "vence seu corpo, que você vence todo o resto", essa frase não saiu mais da minha cabeça, pela primeira vez ouvi algo relacionado a minha obesidade que realmente me balançou e me fez refletir, mas voltando ao meu pai, nós estávamos próximos como nunca, conversávamos muito, sobre tudo, me sentia tendo um pai pela primeira vez na vida, aos 37 anos..rsrsrs, estava em lua de mel com meu pai, o que eu não sabia,  é que ele estava em fase terminal de um cancer no pancreas, e que teríamos pouco tempo juntos, foram 3 meses, os últimos 15 dias foram de muita dor e sofrimento para ambos, mas eu tentava ser forte para segurar as minhas irmãs e minha mãe, mas infelizmente, dias depois da morte do meu pai, tive uma grave recaída na depressão, voltei ao psiquiatra, passei a tomar doses muito altas dos medicamentos e quando tudo parecia muito ruim, ficou ainda pior quando senti que estava perdendo também a minha esposa, parecia que todo meu mundo estava desabando, tudo voltava a perder o sentido, perdi novamente o gosto pela vida, mas tudo isso porque la atras eu transferi para minha esposa, e para outras pessoas, o amor que eu deveria sentir por mim, então era esse o perigo que me referia, esse alguém pode fraquejar e não demonstrar todo o amor que você exige, nessa hora a gente fica realmente sem caminho, sem chão!, mas quando a gente chega na escuridão, no medo, nos sentimos fortes na fé, e eu usei toda força que eu ainda tinha para pedir a Deus que me ajudasse e me mostrasse como eu poderia sair daquela situação, e percebi uma grande força dentro de mim e uma grande inspiração para resolver um problema de cada vez, comecei pelo mais grave no momento que era meu casamento, conversei com minha esposa, entendi suas fraquezas e a convenci que eu estava forte e que poderíamos seguir juntos ajudando um ao outro, e assim fizemos, então voltei a focar no meu trabalho para garantir recuros para atacar o problema mais sério e mais negligenciado por toda minha vida, a obesidade!, quando me senti mais forte e com as finanças equilibradas, Deus como sempre no comando de tudo, foi desenhando um caminho maravilhoso para que eu pudesse trilhar, a visita de uma tia foi o empurrão que faltava, pois ela chegou falando com muito orgulho do programa de emagrecimento que havia lhe proporcionado 34 kg a menos em apenas 8 meses, achei incrível a sua mudança, não so de corpo mas de conduta, ela estava apaixonada por ela mesma, se curtia e emanava uma alegria contagiante, e foi assim que começou o meu processo, eu estava decidido a emagrecer, porque encontrei o sentido, percebi que não era questão de saúde, ou de aceitação social, era uma questão de vida, de amor próprio, de existência, não podemos nada se não nos amarmos de verdade, precisamos olhar no espelho e perceber que não precisamos de ninguém para ser feliz, todas as pessoas importantes para nós, complementam a felicidade que já existe dentro de nós, assim a gente consegue devolver o sentido do amor próprio, impressindível até para nos tornar interessantes aos outros, ninguém consegue amar verdadeiramente alguém que não se ama. O primeiro passo na busca pelo amor próprio foi iniciar uma alimentação que pudesse atender as necessidades do meu corpo, garantindo uma boa nutrição e claro algum prazer, pois como estou me amando não quero me privar do prazer de comer coisas gostosas, apesar de começar a descobrir que existem muitas outras formas de prazer, não sendo necessário tirar tudo só da comida como fazia antes, alimentação em ordem vamos ao proximo passo, e o mais importante, uma atividade física prazerosa, para que eu possa me manter motivado durante todo o processo, em fim, descobrindo um enorme amor que tenho por mim, bem alimentado, trabalhando uma atividade fisica motivante, falta apenas estabelecer metas para que possamos manter o foco e a determinação, é assim que tenho feito, e é assim que tenho conseguido a cura para depressão e obesidade, mas é claro que se puder acompanhar de uma terapia com um psicologo da sua confiança, vai ajudar bastante. Hoje com pouco mais de 3 meses que iniciei o processo, já consegui emagrecer 32 kg, estou muito feliz, mas o principal, foi descobrir o enorme amor que sinto por mim, o quanto me quero bem e como nunca mais vou permitir que nada de ruim que esteja sob o meu controle possa recair sobre mim. Amar é a palavra, sobretudo a si mesmo!
E a luta continua, agora que você já conhece um pouco dessa história, deixe seu comentário, dúvidas e sugestões. Obrigado pela visita!